quinta-feira, 19 de março de 2009

A CASA DA LEITURA RECOMENDA



A CASA DA LEITURA, da Fundação Calouste Gulbenkian, incluiu os livros “Anton” de Simão Vieira e “Meia História” de Maria Helena Pires com ilustrações de Dina Sachse, na sua "Montra" de títulos, com as seguintes sinopses, assinadas por Ana Margarida Ramos:

ANTON


“Visualmente surpreendente, pela opção gráfica e pelas originais ilustrações, este livro coloca, em discurso em primeira pessoa, questões pertinentes sobre a diferença e a sua aceitação, referindo-se especificamente à integração de crianças imigrantes em contexto escolar. Anton, o menino que empresta o título à narrativa, relata a sua experiência, desafiando os leitores a perceberem a situação em que se encontra de uma perspectiva completamente diferente. A questão linguística (e até a reflexão metalinguística!), a comunicação com os colegas e os professores, o estabelecimento de parcerias e de cumplicidades, a aprendizagem de uma língua estrangeira e a construção do conhecimento sobre essa segunda língua em confronto com a língua materna, a construção de uma auto-imagem são alguns dos eixos ideotemáticos à volta dos quais, de uma forma acessível, promovendo a identificação e o reconhecimento, se desenvolve a intriga. Feita mais de reflexões soltas e de questões sem respostas, este livro também incentiva à reflexão, à discussão e ao diálogo sobre os temas propostos. As imagens, num registo muito simples, destacam-se pela subtileza e expressividade dos traços, capazes de comunicar, em sentido literal e metafórico, a riqueza interior da personagem, os seus dilemas interiores e a sua particular visão do mundo, marcada pela positividade.” (Ana Margarida Ramos)
MEIA HISTÓRIA

“Colectânea de poesia onde os textos, abordando uma diversidade de temas, exploram sobretudo a dimensão lúdica da linguagem, brincando com as palavras, os sons, os ritmos e as melodias. Com recurso a formas codificadas e a rimas constantes, para além da anáfora e do refrão, a autora percorre universos caros à infância, recriando-os poeticamente, muitas vezes com recurso a narrativas versificadas. As ilustrações, contudo, são o ponto mais frágil da publicação, sobretudo aquelas que procuram representar a fisionomia humana, pelo artificialismo que as caracteriza, a roçar o mau gosto.” (Ana Margarida Ramos)