segunda-feira, 31 de março de 2008

A MENINA TRISTE: À PROCURA DE "UMA" RESPOSTA


A publicação do primeiro livro de um autor é sempre um momento significativo para este e para os leitores. Porque esta relevância se faz e se estabelece à volta de um livro, de uma personagem e de um autor, deixamos aqui uma breve entrevista à Sónia Borges (e a pretexto da apresentação do livro em Mirandela, sua terra natal):

Conta-nos um pouco do teu percurso até aqui.

Nasci, cresci e estudei em Mirandela até aos 17 anos, sempre com um grande interesse pelo desenho e pela pintura (andar acompanhada pelo papel e pelo lápis sempre me deu um enorme prazer!). Saí depois, para estudar Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, finalizando o curso em 2004. Iniciei a minha actividade profissional em Serralves, colaborando com o Prof. Fernando Pernes no Gabinete do Assessor Cultural e agora com o Serviço Educativo na Fundação de Serralves, realizando visitas guiadas às exposições patentes no Museu de Arte Contemporânea e orientando algumas oficinas a grupos escolares.

Porquê a ilustração, se a formação é de pintura?

As histórias surgiram em 2003 como solução para as prendas dos amigos e da família. O dinheiro não era suficiente para grandes presentes, então... mãos à obra!
Como sempre tive grande dificuldade em separar-me das pinturas para oferecer ou até mesmo vender, a alternativa do livro prometeu melhores resultados.
O conhecimento e a prática que adquiri no âmbito da formação de pintura, foi e continua a ser fundamental para a ilustração. Dois registos diferentes, mas que “cozinho” com as mesmos ingredientes: a linha, a mancha, a cor, as formas e a composição.

De onde surgiu esse encanto pelo conto, tem alguma relação com a tua infância?

Este fascínio pelos contos, deve-se principalmente à admiração que sinto pelo meu avô, António do Vale. Depois de jantar e rezar o terço em família, ele contava histórias aos doze filhos e algumas duravam mais de duas noites! Eu não tive o privilégio de o ouvir, mas a minha mãe (a filha que melhor se lembra de todas as histórias), quando eu era mais nova contava-as, sendo sempre fiel aos termos usados pelo meu avô, típicos de Nuzedo de Baixo (aldeia natal dos meus pais).
Também me lembro, que em criança, quando tinha pesadelos, corria para a cama do meu irmão e ele, contando pequeninas histórias, acalmava-me. Recordo-me de pormenores soltos, memórias embaciadas que ficaram!

Quando e como é que nasceu a MENINA TRISTE?

Em 2004, quando quis dar uma prenda especial ao meu irmão.
Normalmente, penso na pessoa a quem vou oferecer/dedicar a história para a escrever, mas a Menina Triste foi diferente. Nas orações do grupo de jovens, dos Salesianos de Mirandela, o P. Álvaro terminava-as dizendo “Façam o favor de ser felizes!”. Por volta de 2004, este pedido fez com que gritasse dentro de mim a pergunta “Como?”. Peguei na Menina Triste e andámos à procura de UMA resposta.

A Menina Triste é exemplo de um estilo muito próprio que criaste e envolve as personagens da história, que são quase todas magrinhas, altas, predominantemente apresentadas a preto e branco e desdentadas. Como surgiram?

As escolhas aconteceram por motivos estéticos e processuais, refiro-me por exemplo ao erro, que pode ser o traço que se alonga por onde não deve e como desenho directamente com uma caneta preta, esse traço não podendo ser apagado, conduz a ilustração para outro caminho.

domingo, 30 de março de 2008

MENSAGEM DE 2 DE ABRIL DE 2008

MENSAGEM DO
DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL

A busca de conhecimento por meio da leitura tem de tornar-se uma prioridade e deveria ser incrementada logo na infância.Desde muito cedo se incute nas crianças tailandesas o desejo de conhecimento pela leitura, com base numa tradição e numa cultura sublimes.Os pais são os primeiros professores das crianças e os monges tornam-se os principais mentores da sua orientação e educação, intelectual e mental, tanto no que respeita aos assuntos do mundo como no tocante aos valores espirituais.Encontrei inspiração para a minha ilustração em ancestrais tradições do meu país. Por um lado, a tradição de contar histórias às crianças, por outro, a de aprender pela leitura de inscrições em folhas de palmeira e em tabuinhas que se destinam exclusivamente a ser lidas.As narrativas escritas em folhas de palmeira provêm da tradição budista. Contam a vida de Buda e recontam histórias das jatakas (fábulas e parábolas), com a nobre intenção de cultivar as mentes jovens e de lhes induzir fé, imaginação e um sentido moral.

Chakrabhand Posayakrit
Tradução: José António Gomes

Chakrabhand Posayakrit nasceu em 1943, em Banguecoque, formou-se em Pintura pela Universidade de Silpakorn, em 1968, e ensinou na Faculdade de Artes Decorativas da mesma universidade. Doutorou-se em Artes pela Universidade de Chulalongkorn, em 1989, e, actualmente, dedica-se, por inteiro, à sua criação artística.Além de uma importante obra no domínio da pintura e da ilustração, o artista dedicou-se recentemente à criação de marionetas e à pintura de cenas inspiradas na literatura tailandesa. No poster que acompanha a sua mensagem, Posayakrit exibe uma cena tradicional da cultura tailandesa: diante da sua mesa de leitura, uma criança debruça-se sobre as inscrições de um livro de bambu, evocando assim o saber que provém de antigas jatakas budistas, uma colecção de narrativas populares (contos, fábulas e principalmente parábolas) cujo propósito é iluminar o caminho dos homens rumo à sabedoria.

A Mensagem do Dia Internacional do Livro Infantil é uma iniciativa do IBBY (International Board on Books for Young People), difundida em Portugal pela APPLIJ (Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil), Secção Portuguesa do IBBY.

segunda-feira, 24 de março de 2008

A MENINA TRISTE


Aí está, vindo à luz do dia, o segundo livro: chama-se "A Menina Triste" e foi escrito e ilustrado por Sónia Borges. É o primeiro título desta autora / ilustradora. O texto é surpreendente e o estilo da ilustração também.
Brevemente faremos vir a este espaço uma entrevista com a Sónia Borges.
Para já, ficam os convites para as apresentações:
- no dia 02 de Abril, Dia Mundial do Livro Infantil, na Biblioteca Municipal de Mirandela (terra natal da autora), às 18.30horas.
- no dia 05 de Abril, pelas 16 horas, na Salta Folhinhas.

segunda-feira, 3 de março de 2008

RONDEL DE RIMAS PARA MENINOS E MENINAS





Apresentação de
"Rondel de Rimas para meninos e meninas",
de João Manuel Ribeiro,
com ilustrações de Anabela Dias.

Vem, poema... Vem, poema...

Foi com esta invocação que a Clara Haddad, actriz, contadora de histórias e coreógrafa, abriu a apresentação do livro “Rondel de Rimas para meninos e meninas”, no passado Sábado, na Livraria “Salta Folhinhas”. Os meninos e meninas presentes em grande número, acolheram este convite e escutaram deliciosamente cerca de meia dúzia de poemas do livro, soberbamente “ditos” pela Clara.
O editor saudou os presentes e fez uma breve resenha do nascimento da editora e a definição da política editorial, apresentando as diversas colecções e os objectivos gerais do projecto.

O autor dirigiu também breves palavras de apresentação, salientando que os 23 poemas deste livro acolhem coisas antigas (do blog “Palavras (peque)nininhas”) e coisas novas, escritas mais recentemente; destinam-se às crianças: são para serem lidos para as crianças e pelas crianças. Agradeceu o cuidado posto na ilustração de cada poema pela Anabela Dias que, por sua vez, manifestou a alegria e a honra de ter colaborado neste projecto.

Concluiu o autor, “dizendo” alguns poemas para alegria dos meninos e meninas presentes; seguiu-se a sessão de autógrafos, pelo autor e pela ilustradora.

As ilustrações estiveram expostas durante a sessão, sendo disponibilizadas para venda.